Após a maior seca já registrada no Rio Negro desde o início do monitoramento, o nível de subida das águas do rio, que banha Manaus e vários municípios do Amazonas, está em 8 cm por dia na capital amazonense. Essa cota é considerada normal para o período e indica uma recuperação no trecho. Ontem (28), o rio atingiu a marca de 22,06 metros.
A informação foi divulgada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em seu 4º boletim de monitoramento do ritmo das águas.
Já na região dos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, o Rio Negro está em processo de vazante, com descidas de 9 cm por dia. No município de Tapuruquara, no Pará, o nível da água está baixando 20 cm diariamente, de acordo com o SGB.
O boletim também aponta que a situação só está abaixo do esperado para a época no alto da Bacia do Rio Purus, onde é observada a cota de 5,81 m em Rio Branco (AC), e em parte da Bacia do Rio Branco. Em Boa Vista (RR), a capital registra a marca de 40 cm.
Os geólogos do SGB explicam que os comportamentos diferentes nas sub-bacias se devem à grande magnitude da Bacia do Rio Amazonas. Conforme explica o pesquisador André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus do SGB, as chuvas ocorrem de maneira distinta nessa área imensa, o que influencia o regime de subida e vazante em cada sub-bacia.
“Trata-se de uma região de enorme extensão territorial e, assim, observam-se as consequências hidrológicas em resposta aos fenômenos climáticos de grande escala em momentos diferentes”, afirma Martinelli.
O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Cerca de 80% das estações são monitoradas pelo SGB, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas científicas.
A recuperação do Rio Negro em Manaus é um alívio após a seca histórica que afetou a região, destacando a importância do monitoramento contínuo e da gestão eficiente dos recursos hídricos na Amazônia.